Plano de cheias Tejo ativado. Aumentos dos caudais causam constrangimentos em Abrantes, Constância e Torres Novas (c/áudio) – Rádio Tágide

Plano de cheias Tejo ativado. Aumentos dos caudais causam constrangimentos em Abrantes, Constância e Torres Novas (c/áudio)

A subida dos caudais do rio Tejo nas últimas horas levou a Proteção Civil a ativar o Plano Cheias na Bacia do Tejo, em nível amarelo. O plano foi ativado pela Comissão Distrital de Proteção Civil na noite desta segunda-feira.

Já esta manhã o comando sub-regional da Proteção Civil do Médio Tejo deu conta das descargas registadas, sendo o caudal debitado pelo conjunto das barragens com influência no Rio Tejo de 2153 m3/s às 07h00 de hoje. O Caudal registado em Almourol às 08h00 era de 2252 m3/s.

De acordo com a Proteção Civil “a manutenção dos caudais com valores perto dos 2000 m3/s na soma dos caudais das barragens, desde as 19h00 de 10 de março, constitui-se como fator de risco significativo no galgamento das margens do rio Tejo e consequente cheia.”

Ainda de acordo com a Proteção Civil para além da submersão de áreas adjacentes às margens, verifica-se no Município de Torres Novas a submersão da Estrada Municipal Nº 570 – Riachos; no Município de Abrantes a submersão da Estação de canoagem em Alvega, submersão da Alameda de Igreja de S. Miguel e submersão da Estrada Municipal Nº 575-1 – Arrifana; e no Município de Constância a submersão da E.M. Tramagal/Santa Margarida e submersão de 80% do parque de estacionamento de Constância.

 

Estação Canoagem Alvega / foto Foto de Arquivo Marta Fernandes

Depois há ainda na Lezíria do Tejo vários Municípios com outros constrangimentos, como Coruche, Benavente, Cartaxo e Golegã.

David Lobato, comandante sub-regional do Médio Tejo da ANEPC deu conta dos constrangimentos e deixou os alertas para as populações das zonas ribeirinhas, para terem atenção à subida dos caudais do Tejo.

 

David Lobato, comandante Proteção Civil Médio Tejo

Em Abrantes os Bombeiros foram ativados ontem à noite para um resgate de pessoas que ficaram isoladas numa viatura devido à subida dos caudais do Tejo. A subida das águas cria, a zona dos aluviões de Alvega, ilhas e as quatro pessoas ficaram “presas” numa dessas ilhas.

Ainda durante a noite, António Manuel de Jesus, comandante dos Voluntários de Abrantes, indicou a necessidade de resgate de animais na zona de Arrifana, Rossio ao Sul do Tejo.

Há ainda uma nota de que esta manhã os operacionais foram novamente chamados a Alvega porque um rebanho de ovelhas terá ficado isolado com a subida dos caudais. Os bombeiros vão avaliar a necessidade de retirar os animais, consoante a evolução dos caudais do Tejo.

 

António Manuel Jesus, comandante dos Bombeiros de Abrantes

A Proteção Civil deixa uma mão-cheia de conselhos para os próximos dias, em que se prevê a continuação do tempo instável:

– Adoção de condução defensiva, reduzindo a velocidade e tomando especial atenção à eventual

formação de lençóis de água nas vias rodoviárias;

– Não atravessar zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou veículos;

– Retirar das zonas confinantes das linhas de água, normalmente inundáveis, animais, equipamentos

agrícolas e industriais, veículos e/ou outros bens para locais seguros;

– Desobstrução de linhas de água principalmente junto a pontes, aquedutos e outros estrangulamentos do escoamento e limpeza de linhas de água assoreadas;

– Limpeza dos resíduos sólidos urbanos (muitos deles de grandes dimensões) depositados nos

troços marginais dos cursos de água;

– Recolha ou trituração dos resíduos resultantes do corte dos salvados das áreas ardidas, de

atividades agrícolas e florestais localizadas nas margens das linhas de água;

– Verificação (e eventual reparação) de eventuais situações de desmoronamentos das margens das

linhas de água, de modo a evitar obstruções ou estrangulamentos;

– Inspeção visual de diques, ou outros aterros longitudinais às linhas de água, destinados a resguardar os terrenos marginais;

– Estar atento às informações da meteorologia e às indicações da Proteção Civil e Forças de Segurança.

Fonte da notícia: Jornal de Abrantes