«Terá que haver uma ponte» – Manuel Jorge Valamatos – Rádio Tágide

«Terá que haver uma ponte» – Manuel Jorge Valamatos

Estão aí as Festas da Cidade de Abrantes, este ano com algumas alterações no modelo. Sobre as Festas, as obras em curso e as desejadas, e também novos projetos, o JA entrevistou o presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos.

Por Patrícia Seixas

 

As Festas da Cidade cresceram e têm mais um dia este ano…

É verdade, vamos ter mais um dia, o que obriga a mais logística e a um maior envolvimento das pessoas mas este é verdadeiramente o ano pós-pandemia. Temos diversidade de espetáculos nos palcos e nas praças, uma multiplicidade de parceiros, desde logo as associações que têm um papel importante nas tasquinhas e na animação, no artesanato, na doçaria. E também todas as outras entidades que vão estar envolvidas connosco para mostrar o que de melhor vamos fazendo. É mais um dia mas com a responsabilidade de percebermos que aumentamos a dinâmica e os custos, mas conscientes de que marcamos o nosso posicionamento no calendário regional da atividade cultural e social. As Festas de Abrantes têm ainda o facto de serem o ponto de encontro dos abrantinos.

 

Não tendo responsabilidade direta na escolha do cartaz, está satisfeito com o que há este ano para apresentar?

É que não tenho mesmo nenhuma relação direta com a escolha do cartaz. Há muito tempo que aprendi que cada um deve funcionar no seu departamento. Temos os serviços culturais que nos apresentam um conjunto de propostas e nós vamos analisando. Temos sempre a preocupação da racionalidade dos custos. Mas sim, gosto muito. É uma proposta arrojada num programa muito diversificado, que atende a todas as faixas etárias e aos diversos gostos musicais.

 

Este ano, como novidade, temos a relocalização do artesanato. Porquê?

Vai ser um ano experimental. Já há alguns anos que tínhamos alguns constrangimentos com a colocação das barraquinhas do artesanato. Ou porque ficavam à frente de lojas, ou porque depois já não dava para montar um palco, ou porque uns ficam numa rua, outros ficam noutra… não havia continuidade, não estavam todos juntos. Os serviços colocaram-nos essa questão e analisámos a hipótese de colocar o artesanato no Largo Motta Ferraz. Para além do artesanato, também a doçaria vai ali ficar colocada e isto para ser complementar à atividade das tasquinhas, que estão no Jardim da República. Serão 56 stands neste novo espaço.

 

E há o regresso do fogo de artifício ao Aquapolis, em dia de concerto mas, desta vez, na véspera de feriado municipal.

O grande concerto, aquele que, em princípio, terá mais gente, será no Aquapolis, onde também voltamos a ter o espetáculo de fogo de artifício. Vai ser uma noite que terá continuidade depois com DJ’s, com nomes que os jovens reconhecem. Temos vindo a estruturar o modelo das Festas em função daquilo que as pessoas vão sentindo e nos vão dizendo. Quanto ao facto de ser em véspera do feriado municipal, foi por entendermos que fazia sentido ser a 13, que também é feriado em muitas zonas do país, para deixar o dia 14 dedicado às cerimónias oficiais e à atividade no centro da cidade.

 

Também os DJ’s regressam à Praça Raimundo Soares, deixando o Castelo como mais uma bolsa de estacionamento…

Sim, esse estacionamento ficará disponível junto ao Castelo. Contudo, aqui foram mais as questões de segurança e de logística. A Praça da Câmara tem mais facilidade em termos organizativos do que o Castelo, que aponta algumas fragilidades, sobretudo no ponto de vista da segurança. As Festas também são organizadas com o nosso Serviço de Proteção Civil, Bombeiros e com a saúde Pública. Deixámos de ter o concerto no Castelo precisamente por questões de segurança. Em caso de acidente, havia muitas dificuldades no acesso dos meios da Proteção Civil. Acredito e admito que os DJ’s no centro da cidade criem algum desconforto aos moradores, mas no Castelo também incomodavam outras pessoas, e se ali é mais seguro, é isso que vamos fazer.

 

As comemorações oficiais do Dia da Cidade serão no Quartel dos Bombeiros. Quais as razões das Medalhas de Mérito Municipal deste ano?

As cerimónias oficiais serão no Quartel dos Bombeiros porque a nossa Associação Humanitária está a celebrar 10 anos. Como temos vindo a fazer nos último anos, continuamos a valorizar o trabalho das diferentes instituições e este ano, distinguimos os homens e as mulheres que garantem a nossa segurança 24 horas por dia, 365 dias por ano. São os que nos defendem e protegem. A Câmara entende que os devíamos homenagear desta forma, entregando uma Medalha de Mérito Municipal ao nosso corpo de Bombeiros que todos os dias nos ajudam a ultrapassar as dificuldades e que fazem um trabalho extraordinários. Simultaneamente, porque o escutismo em Portugal faz 100 anos, e porque o Agrupamento de Escuteiros 172 de Abrantes também comemora este ano os seus 60 anos e o Agrupamento 273 de Tramagal comemora 55 anos, entendemos que era importante homenagear estas instituições que trabalham sobretudo com os mais novos e que também fazem um trabalho extraordinário nas Mouriscas, no Rossio, em Tramagal, na Chainça e em Abrantes. Têm muitos jovens a quem proporcionam educação, formação, sensibilização, num trabalho de grande proximidade e cuidado. Vamos então homenagear os nossos Agrupamentos de Escuteiros.

 

Há dias, esteve na presença do primeiro-ministro na Mitsubishi e ouviu o CEO da empresa pedir a nova travessia. Reforçou este pedido? Que lhe disse António Costa?

O senhor primeiro-ministro foi convidado pela Mitsubishi para testemunhar o trabalho gigante de uma empresa que está numa vila, no interior do país. Obviamente que levou daqui alguns recados. Não só do CEO mas de toda uma comunidade que há muitos anos ouve falar da conclusão do IC9 e até de outras possibilidades que possam ser, eventualmente, mais céleres, que correspondam à necessidade de alterar a mobilidade da zona industrial do Tramagal com a A23 e com a A1. Para além da falta da ponte, temos um problema em direção a Lisboa com os camiões a terem que atravessar a EN 118 e também de Tramagal até Rossio ao Sul do Tejo. O primeiro-ministro sabe que tenho vindo a falar com os ministros, primeiro com Pedro Nuno Santos e agora com João Galamba e também com o secretário de Estado das Infraestruturas. Existe algum trabalho feito por parte do Governo a este propósito e que faz parte do Plano Nacional Rodoviário onde o IC 9 continua a ser um desígnio. No entanto, para além do IC 9, precisamos de respostas céleres, capazes de resolver este processo da Zona Industrial do Tramagal rapidamente. Isto implica a apresentação de um trabalho que o Governo está a fazer e para o qual o senhor primeiro-ministro está sensível. Mas este é um assunto que eu conheço há 20 anos. Já vi vários primeiros-ministros a prometer a resolução deste problema. Não vi, por parte do primeiro-ministro António Costa nenhum comprometimento. O que eu vi foi a preocupação com esta matéria e a deixar-me a mim alguma responsabilidade para, junto do Governo, continuar a fazer o trabalho que estamos a fazer para resolver o assunto. E espero que, desta vez, o consigamos fazer. E não é apenas a questão do IC 9. Há muitas coisas que estão por fazer e que foram prometidas.

 

A requalificação da EN118 ainda está em cima da mesa?

Em cima da mesa está a conclusão do IC 9 mas, antes disso porque vai demorar tempo, temos que ter soluções mais rápidas para resolver a questão da Zona Industrial do Tramagal. É que não é só a Mitsubishi. Temos ali empresas muito relevantes, com tantos trabalhadores como a Mitsubishi e eu tenho que olhar para a floresta e não apenas para a árvore. Aquela zona precisa, urgentemente, de uma alternativa viável.

 

Mas essa solução rápida passa, ou não, pela ponte?

Terá que haver uma ponte e terá que haver ligações com a Zona Industrial de Tramagal.

 

Ainda nas infraestruturas, qual é o ponto de situação da desclassificação do troço da EN2, na António Farinha Pereira, em Alferrarede?

Sempre achei, até antes de ser presidente da Câmara, que a desclassificação da EN2 fosse um processo mais fácil. Já percebi que não é. Eu fui eleito para ser justo e honesto e não ando a inventar questões para fugir aos temas. A questão na EN2, desde o nó do Olho de Boi até às Barreiras do Tejo, segundo o senhor secretário de Estado explicou, não vai ser fácil por questões legais. Contudo, podemos chegar a um acordo. Para nós, desclassificação ou um protocolo de entendimento, é igual. O importante é conseguir servir bem os nossos cidadãos porque aquela estrada está num estado lamentável. Disse, inclusive, ao secretário de Estado que quer no âmbito do PRR ou do Portugal 2030, há abertura para que possamos fazer até corredores pedonais e cicláveis a acompanhar a intervenção na Farinha Pereira. E é isso que queremos fazer. Estamos a avançar com esses projetos que ainda incluem passeios e iluminação. Mas é importante referir que nós só podemos fazer uma candidatura quando tivermos o protocolo assinado ou a desclassificação, mas já vi que não é por aí. Vamos esperar que a Infraestruturas de Portugal se responsabilizem por parte deste processo.

 

E a obra do Cine-teatro S. Pedro está em que ponto?

Agora sim, estão a andar bem. Mas foi um processo que se arrastou, entre concursos públicos, reclamações, Tribunal de Contas… queimámos muito tempo e temos metas e prazos a cumprir, de acordo com os financiamentos europeus. Houve atrasos do ponto de vista processual e, com uma pandemia pelo meio e uma guerra, as obras têm trazido tantas dificuldades… não há material para entregar, há dificuldades de transporte, o aumento dos preços em tudo, etc. Mas as obras estão com bom andamento e, até final deste ano, queremos ter o grande grosso da obra concluída. Entretanto, estamos a concluir as obras do MAC e do Parque Radical.

 

A transformação do antigo edifício do Mercado Diário para Pavilhão Multiusos também está na calha?

Mais do que na calha. Naquela zona temos dois projetos: o multiusos e a rotunda do Hospital. Estamos à espera que terminem as obras onde eram as Consultas Externas e desejosos para entrar em obras nas Urgências. Estou confiante que possa acontecer para breve e o que o Município se tinha comprometido com o Centro Hospitalar era avançar com a rotunda. Mas é preciso compatibilizar as duas obras e ainda obedecer a timings dos fundos comunitários. Esta obra é fundamental porque o Hospital de Abrantes é a Urgência de toda a região e, de noite, para quem não conhece, há quem entre em sentido contrário, outros que não conseguem sair do parque de estacionamento, há quem não consiga entrar para dentro do hospital. Para nós, de Abrantes, é fácil mas torna-se confuso para quem não conhece. Os parques de estacionamento também estão desatualizados, precisamos de algo contemporâneo, com estruturas de apoio aos carros elétricos, por exemplo. Mas não só. Essa rotunda será o início de uma nova ligação ao Liceu. Não será para já, evidentemente, mas teremos que avançar com projetos para essa ligação porque precisamos de outra fluidez nessa rua.

 

E o Mercado Diário?

Temos um projeto que foi vencedor de um concurso no âmbito da Ordem dos Arquitetos. Já me comprometi a fazer a apresentação pública desse projeto que é extremamente capaz de responder a uma enorme necessidade da cidade e do concelho. Precisamos de um espaço multiusos para, principalmente no inverno mas também no verão, podermos ter um conjunto de eventos. Sobretudo os nossos jovens que não têm um espaço na cidade. Até agora fomos tendo a Quimigal como solução mas os pavilhões também vão entrar em obras para a nova Escola Superior de Tecnologia. Estamos a falar de intervenções na ordem dos 4 milhões de euros. Só com o orçamento do Município eram impossíveis de concretizar e temos oportunidades de financiamento europeu para este tipo de situações. Este Multiusos vai ter um elevador e uma zona pedonal que vai mudar a vida da cidade, com outras acessibilidades ao Vale da Fontinha. Não temos datas para avançar porque, neste momento, está-se a estruturar o Portugal 2030 e as janelas de oportunidade vão começar a abrir dentro em pouco. À medida que forem abrindo, avançamos até porque os projetos estão feitos.

 

E a ESTA, para quando o arranque das obras?

Já não podemos dizer o mesmo em relação à ESTA. Temos o projeto fechado mas o Portugal 2030 não prevê esse enquadramento financeiro. Temos que procurar outras formas de o financiar e é isso que vamos fazer porque também é esse o nosso papel. Mas também digo que não será por isto que a ESTA não vai andar. A ESTA tem que andar porque é um elemento central para Abrantes e para os cerca de 400 alunos da instituição. A afirmação com o nosso Parque de Ciência e Tecnologia também é fundamental porque a ESTA também é um grande motivo de captação de empresas que vêm à procura da massa cinzenta.

 

Vamos à Creche Municipal. Sabemos que a candidatura foi aprovada no âmbito do PRR. Quais os valores da comparticipação? O projeto vai avançar como previsto?

Nós ficámos muito felizes de termos visto esta candidatura aprovada. Não ficámos muitos felizes com o valor do financiamento. Estamos a falar de uma obra de cerca de 2 milhões de euros onde temos 400 mil euros e qualquer coisa de financiamento, para já. A garantia da senhora ministra é a de que ia tentar rever esses valores e procurar aumentá-los de forma substancial. Mas uma coisa nós sabemos: a creche é fundamental. Vamos transformar a antiga Escola N.º 2 para acolher ali 100 crianças e criar postos de trabalho. É isso que queremos. Claro que quanto mais financiamento tivermos, menor é o esforço da Câmara mas a Câmara tem essa capacidade. Óbvio que quanto menos investirmos, mais sobra para outras coisas. Vamos continuar a procurar mais financiamentos e reunir a equipa para a responsabilidade de avançarmos com uma obra deste tipo.

 

Relativamente à transferência de competências na educação, há municípios a queixarem-se que os valores enviados pelo Governo não são suficientes. Como está a correr em Abrantes?

Até este momento, diria que temos as contas relativamente estabilizadas. Para já, entre o deve e o haver, não merece que eu faça algum comentário. Estamos a acertar as nossas continhas, a apresentar as contas todas certas e depois, se houver alguma dificuldade, eu digo. Se eu não digo nada, é porque as coisas estão a correr bem.

 

Na saúde, a USF para o norte do concelho avança? Quando e onde?

Tem que avançar. Em principio, temos estabilizado o local, quando tivermos o projeto concluído, anunciarei publicamente a sua localização. Temos que jogar com o que temos e com as oportunidades que surgem. Só temos duas hipóteses: ou fazemos de raiz ou requalificamos qualquer coisa. É isso que vamos fazer.

 

Falamos da Escola das Hortas, em Alferrarede?

Sim. Estamos a trabalhar nesse projeto com os nossos técnicos e com a ARS Vale do Tejo. Vamo-nos assumir como donos de obra, obviamente que queremos financiamento, nomeadamente do PRR, mas estamos a fazer a nossa parte. O que compete às autarquias, estamos a fazer. Depois, a parte técnica de colocar lá médicos e enfermeiros, compete ao Ministério da Saúde. Fazendo a nossa parte, podemos ter moralidade para responsabilizar os outros a fazer a parte que lhes compete.

 

E na saúde, como está a correr a transferência de competências?

Se eu não falo nisso, é porque estão a bater certo. Mas nós temos meses desta cooperação, temos que ter alguma tolerância e dar algum espaço para acertarmos contas.

 

A Proteção Civil tem mostrado alguma preocupação com o cenário que se prevê para este verão ao nível dos incêndios. O DECIR foi reforçado com mais meios?

Também olho para os meses que se aproximam com muita preocupação. Até porque há pouco tempo tivemos um exercício internacional no concelho e todos, sem exceção, apontaram para um verão muito complexo. Temos vindo a fazer tudo aquilo que é possível para envolver o máximo de pessoas da comunidade neste processo, sendo que qualquer um de nós é um agente da Proteção Civil. Quer na forma como utilizamos o fogo, quer pela forma como podemos informar as autoridades sobre qualquer episódio. Nós temos os kits de 1.ª intervenção das Juntas de Freguesia que se irão posicionar de acordo com as informações do comandante dos Bombeiros, temos mais uma Equipa de Intervenção Permanente nos Bombeiros (é a terceira EIP) e estamos a criar as melhores condições para que estes profissionais tenham tudo o que é possível do ponto de vista de equipamentos e materiais. Também estamos, no âmbito da Comunidade Intermunicipal, a tentar reforçar os equipamentos e, sobretudo a adquirir mais viaturas, estamos a envolver as associações de caçadores neste propósito… Estamos a fazer tudo o que é possível. É muito mais do que alguma vez foi feito pois temos imensas instituições e empresas envolvidas. Acho que estamos preparados mas nunca sabemos o que pode vir. O fogo é um inimigo brutal, difícil de controlar.

 

Fundo de Transição Justa. Já há novidades na aprovação de projetos?

Já houve um primeiro aviso e um conjunto de empresas que foram notificadas no sentido de serem financiadas. Essas empresas estão a estudar as respostas, a decidir se vão ou não avançar. Existe um outro aviso, que está para sair em breve, e que a Câmara Municipal e a Comunidade Intermunicipal estão a acompanhar. Destina-se a outro tipo de empresas, antes foi apenas para PME e agora já se podem candidatar grandes empresas. Estamos a trabalhar em conjunto com a CIMT, a CCDR, o IAPMEI e a AICEP, estruturas que nos podem ajudar a alavancar ou a fazer acontecer projetos de desenvolvimento económico na nossa região. O importante era que, rapidamente, pudéssemos começar a ver aparecer projetos aqui em Abrantes e noutros locais do Médio Tejo, resultado desta possibilidade do Fundo de Transição Justa.

 

Não gosta de falar de possíveis instalações de empresas mas há algumas que já foram anunciadas, como duas na área da cannabis, e depois outras de onde ainda se espera algo como o Abrantur ou a Tectania.

As da cannabis são duas empresas diferentes. Uma é mais científica e vai ficar no Parque de Ciência e Tecnologia, a outra é um projeto de um Grupo que comprou as instalações da RPP Solar, o que já é um excelente princípio para umas instalações que estavam abandonadas. Estão em fase de apresentação de projeto e sei que parte dele já deu entrada no Município para análise e está a andar. Como sabem, não anuncio projetos antes de eles acontecerem. Quando for o dia da inauguração, eu aviso que estarei lá. Só assim faz sentido porque não é um projeto do Município e não temos responsabilidade na sua execução.

 

Ali ao lado, há fundos indianos num projeto para o antigo Abrantur…

Também não está parado. Esse também se tratou de uma infraestrutura que foi comprada. Nós conhecemos o modelo de negócio mas estamos a falar de investimento estrangeiro que aguarda para saber se a sua moeda se valoriza ou não. Estamos à espera mas o que é certo é que a intenção para aquele espaço era a área dos Cuidados Continuados e esta entidade continua empenhada nesse âmbito. Mas este também depende da abertura de avisos do Ministério da Saúde e do estabelecimento de acordos. Estamos atentos e ajudar para que as coisas possam acontecer.

 

Podemos dar o projeto Tectania como definitivamente “arrumado”?

Verdadeiramente, eu nunca conheci bem esse projeto. É anterior à minha presidência e na altura eu tinha outros pelouros. Quando iniciei funções como presidente da Câmara tive dois contactos por videoconferência com os empresários que não queriam, de todo, abandonar o projeto, mas assumiram que o olhavam com muita dificuldade de execução, apesar de continuarem com uma ligação ao Parque de Ciência e Tecnologia. Honestamente, não me parece que venha a acontecer mas já sabemos como as coisas mudam de um dia para o outro.

 

O aumento da zona industrial será feito? Como está a compra de terrenos?

Ainda há poucos meses levámos a aquisição de mais terrenos a reunião de Câmara. Temos vindo a comprar algumas parcelas, aquelas que se apresentam com possibilidade de compra e com valores adequados. Porque nós temos que gerir o dinheiro público com muito cuidado e atenção, não pode haver especulação. Esse é um processo que temos vindo a fazer paulatinamente e com muita serenidade, comprando o que é possível comprar e que se ajuste às necessidades. Nós ainda temos disponibilidade nas zonas industriais de Tramagal e do Pego, comprámos terrenos na zona industrial de Alferrarede e vamos comprando e adquirindo em função das necessidades.

 

Que balanço se pode fazer do MIAA? Tem tido a projeção esperada?

Quem o visita fica extremamente agradado com aquilo que vê. Ainda não conheci alguém que não gostasse. Do ponto de vista estético do edifício, foi uma transformação enorme. Do ponto de vista dos conteúdos, a dinâmica do próprio Museu tem trazido tanta gente ao MIAA. O Museu tem feito bem o seu papel.

(Nota da redação: A entrevista foi feita nas vésperas da Gala da APOM que distinguiu o MIAA como Museu do Ano)

Fotos: Carlos Grácio/ CMA

Fonte da notícia: Jornal de Abrantes